10.11.04

Nem tudo é festa

Hoje pela manhã, fui bater ponto no blog do l.
O post de hoje está especialmente bom porque difere da escrita cotidiana.
Vocês perceberão que além de espirituoso, divertido e baladeiro, nosso amigo tem talento.

Lúcio, teu texto é um belo e delicado mini-conto!

Sua mãe, já senil, a acordava todas as manhãs aos berros. As contas atrasadas lhe tiravam o sono. O namorado a trocara por uma garota "mais gatinha". A obturação quebrada doía. Não comprava uma roupa nova havia 6 meses. O cabelo, ela mesma ajeitava. Pegava 2 ônibus para chegar ao trabalho. Depois, caminhava mais 10 minutos. Sofria com o salário baixo e com o mal hálito do gerente. Ainda assim arrancou, do fundo do peito dolorido e com uma força que não possuía, mais um de seus sorrisos. E, por trás do balcão, pronunciou as palavras que mais queria ouvir:

- Oi. Posso te ajudar?

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