As coisas boas devem ser divididas e quando se trata de nossa literatura, então, eu sou aquela que faz estardalhaço, solta foguete e dança três dias diante de uma fogueira.
Não que eu ache que precisemos de estrangeiros para nos dizer ou convencer que temos uma literatura consistente para podermos acreditar nela, mas se o mundo fala a respeito do que nós produzimos, isso chancela nosso talento e cimenta nosso valor no quadro cultural internacional.
Mas do que eu estou falando?
O Caderno 2 do Estado de S. Paulo (19/03/05) trouxe uma matéria de capa muito boa, intitulada “O Olhar estrangeiro de Susan Sontag”.
Lembram dela? Faleceu em dezembro de 2004 e sempre teve um papel muito importante na divulgação da literatura e da arte entre os iletrados americanos.
Esta semana chega ao mercado editorial um livro que reúne ensaios sobre escritores ignorados pela grande massa de leitores americanos.
Eu estenderia sem medo de errar ou de ser injusta: ignorados também pela grande massa de leitores brasileiros.
Questão de Ênfase vai mais longe. Os ensaios versam também sobre artistas e intelectuais de forma sempre polêmica, característica primordial de Sontag.
Suas opiniões à política intervencionista dos Estados Unidos lhe conferiram a ira da crítica americana que nunca engoliu suas opiniões.
Transcrevo:
Sobre Machado de Assis:
“Imaginem um escritor que, no curso de uma vida moderadamente longa, durante a qual nunca viajou mais que 120 quilômetros além da capital onde nasceu, criou uma obra vasta... um escritor do século XIX, me interromperão vocês; e estão certos: (...) durante uma carreira intensamente prolífica, exuberantemente nacional, conseguiu escrever um número considerável de romances e contos, dignos de um lugar permanente na literatura mundial, e cujas obras-primas, fora do seu país natal, que o honra como seu maior escritor, são pouco conhecidas, raras vezes mencionadas.”
Bem, eu vou garantir o meu exemplar. Mais do que deleite e curiosidade, preciso me atualizar.
Hasta.

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