Eu sempre brinco com as manas que na próxima encarnação, eu quero ser homem. Quero fazer pipi de pé, ter um único terno-coringa que possa ser usado 'n' vezes sem nunca parecer repetido; quero poder tirar a camisa em pleno verão sem causar espanto; não quero nem saber o que é TPM e inchaço.
Mas tudo isso é na hora da piração, porque eu ADORO ser mulher. Ser mulher é uma vocação, é quase um sacerdócio, principalmente num país de terceiro mundo, onde, apesar de sermos maioria em número, AINDA somos excluídas, sofremos preconceitos, temos salários mais baixos do que o dos “Adões”.
Mas eu gosto de ter dupla jornada de trabalho. Gosto de cuidar da minha casa, tenho um prazer inenarrável em ser amante do meu namorado, sinto-me confortável como profissional, divirto-me sendo blogueira, podendo expor e compartilhar minhas idéias e palavras com as pessoas; acho culinária uma arte e ter meus filhotes por perto é algo que credicard nenhum do mundo pode comprar.
Não considero isso um fardo. Acho mesmo que é uma habilidade própria nossa, um dom que entranha assim que o sexo se define lá no embrião.
O feminismo ajudou a conquistar muitas coisas, mas também deixou um ranço horrível que nos estigmatizou. Parece que para ser mulher e levar a pecha de moderna, temos que ser homens vestindo saias, falar grosso e coçar um saco imaginário. Burrice!
Gosto e quero a delicadeza de ser mulher, os encantos, sentar em frente ao espelho e passar horas penteando os cabelos e brincando com os artefatos fúteis – maquiagens, cremes, perfumes.
Gosto de ter pele lisinha, curvas, pouco pelo. Acho nossas formas muito mais sedutoras, sem contar com o privilégio que Deus nos deu: alcançar a divindade por nove meses enquanto estamos grávidas, isso é um acesso direto à criação.
Não quero fazer parte de um mundo “masculino”, no sentido culturalmente construído pelos séculos, que é o mundo da agressividade, da falta de poesia, da insensibilidade, da voracidade.
Então, esse post de hoje é só um lembrete para todas as mulheres que nos lêem e principalmente aquelas que não têm oportunidade de nos ler.
É possível ser mulher e mulherzinha, conquistar o mundo, sofrer, ter crises sem abrir mão da nossa essência.
Parabéns, meninas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário