Bem, eu deveria estar postando (olha o gerundismo aí, gente!), a pedido da mana Bionda, um poeminha sem título que fiz, mas não vai dá, porque hoje eu quero é chutar o balde.
Bionda, querida, vou dar um nome bem apropriado para o dito cujo e prometo colocá-lo na próxima vez em que postar algo aqui.
Beijo.
Ai que gente maluca...
Ao escrever o texto de hoje, não parei de pensar no Jayme, um amigo querido que tem um blog bacanérrimo.
Pensei nas curvas de humores em que vivemos, oscilando entre o diáfano e o azedume. E o Jayme sabe ser os dois. Eu diria que menos azedo, acho que a palavra exata é ácido.
Bionda, querida, vou dar um nome bem apropriado para o dito cujo e prometo colocá-lo na próxima vez em que postar algo aqui.
Beijo.
Ai que gente maluca...
Ao escrever o texto de hoje, não parei de pensar no Jayme, um amigo querido que tem um blog bacanérrimo.
Pensei nas curvas de humores em que vivemos, oscilando entre o diáfano e o azedume. E o Jayme sabe ser os dois. Eu diria que menos azedo, acho que a palavra exata é ácido.
Hoje eu estou corrosiva.
Queria armar um barraco, deixar fluir toda a falta de classe, ressuscitar a jovem exaltada e combativa, militante não de um partido ou de causa, mas de todas as causas que me parecem justas e demasiadamente humanas.
Cada vez que ligo a TV, ouço o rádio ou leio um jornal, tenho a impressão que estou vivendo uma farsa ou um teatro de gosto duvidoso, ou um texto de péssima qualidade. Ou se quiserem, tudo junto ao mesmo tempo.
De um lado, eu vejo um Estado absolutista, agonizante, perdido, vazio de conceitos, infestado de gente incompetente e gatuna. Coisas que fariam os clássicos teóricos do Estado e do Poder – Aristóteles, Platão e Montesquieu – rubros de vergonha.
De outro, vejo uma população medrosa, amorfa, ignorante e oprimida. E isso não é novidade, isso é uma tradição tão antiga quanto o nosso patriarcalismo que nos ensinou, e muito bem ensinado, que pacífico é sinômino de passivo.
Nos foi incutida a idéia de que o grande pai – seja ele personificado na figura do Estado, do presidente, do coronel – nos proverá de tudo. Não é preciso luta, revolução ou intelecto. Tudo é um grande esquema de negócio, de concessões, de favores, da cultura da dádiva, como diria uma grande amiga e antropóloga.
Nos habituamos a essa coisa gelatinosa que não nós dá sustentação; nos habituamos ao teatro, ao pacto da mediocridade, à ‘caridade’ alheia.
O pior, sim tem um pior, é que essa compreensão do mundo transpassou os muros da política e invadiu as relações interpessoais, gerando um jogo de toma lá da cá, de interesses bestas, onde a pessoa se descaracteriza, cedendo até mesmo o espaço da construção do indivíduo.
Ora, veja você que hoje não se pode nem mais investir numa 'pretensa' e desinteressada amizade.
As pessoas andam tão mercantilizadas que vendem suas almas a preço de banana; rendem-se a um restaurante caro, a um carro zero, um Johnny Walker blue label.
Você troca uma noite estupenda, rodeada de gente inteligente, bem humorada, sem muita grana mas feliz por uma idéia torta e atitude de troglodita? Sim ou não?
Siiiiiiiiiiiiiiiim!
Esqueceram-se que existe um interesse que vai além do gênero a qual pertencem, vai além do sexo, da beleza. Não sabem o quanto é bom descobrir a pessoa que mora dentro da casca que se chama corpo: do que gosta, o que pensa, no que acredita; não sabem simplesmente gargalhar, desconfiam que o sorriso esconde algo de insinuante por trás; não entendem a satisfação de ter uma noite divertida e inteligente, repleta de olhares e toques, sem um motel como contexto final.
Me pergunto, “será que sabem simplesmente viver?”
Não basta apenas que as relações sociais estejam esfarrapadas, precisam também descosturar o último fio das relações interpessoais?
&*%$#@!
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