Cuidado com a Nambiquara!
Hummm! Dito isso (que vejo a novela das 7 e meia...), introduzo o motivo pelo qual acordei.
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Recebi, dias atrás, um e-mail com um texto indignado pela maneira em que a índia Nambiquara (é o nome dela na novela, que é o mesmo de uma etnia indígena) é tratada na novela. E entre cobras e lagartos que o texto cospe, aparecem os velhos clichês: é uma personagem que reforça preconceitos e estereótipos contra os índios.
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Valha-me Santo Antônio!
(“Anarriê! Pula fogueira Iaiá, pula fogueira Ioiô...” Opa! Vortemo pro assunto!)
Valha-me Santo Antônio!
(“Anarriê! Pula fogueira Iaiá, pula fogueira Ioiô...” Opa! Vortemo pro assunto!)
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Gente! Vamos parar com isso? Será que estamos mesmo correndo o risco de contaminação dessa burrice do “politicamente correto” dos estadunidenses?
Calma! Vamos nos descentrar...
Calma! Vamos nos descentrar...
Olhem bem a novela (não tão bem, pois é uma coisinha chinfrim como é de se esperar no gênero novela...). Ela é um todo de escracho, deboche, preconceito e estereótipos. É tiro para todos os lados.
E eles aparecem em vários estereótipos. Vejamos:
Os da mulher: a rica inútil, a pobre que quer se passar por rica, a loira burra, a negra burra, a amante, a de meia idade que quer ser eternamente jovem, a do golpe do baú, a frustrada, a machorra, a solteirona, a ninfomaníaca, etc...
Os do homem: o pobre, o de meia idade fracassado, o galinha, o rico burro, o oportunista, o traidor, o machista etc...
Os dos homossexuais: os ridículos, os enrustidos, os galinhas...
Os dos negros: especialmente das negras que se negam negras, negras que são chamadas de burras, inúteis etc...
Os dos índios: primitivos, bravos, animalescos, feiticeiros, agourentos etc...
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Os da mulher: a rica inútil, a pobre que quer se passar por rica, a loira burra, a negra burra, a amante, a de meia idade que quer ser eternamente jovem, a do golpe do baú, a frustrada, a machorra, a solteirona, a ninfomaníaca, etc...
Os do homem: o pobre, o de meia idade fracassado, o galinha, o rico burro, o oportunista, o traidor, o machista etc...
Os dos homossexuais: os ridículos, os enrustidos, os galinhas...
Os dos negros: especialmente das negras que se negam negras, negras que são chamadas de burras, inúteis etc...
Os dos índios: primitivos, bravos, animalescos, feiticeiros, agourentos etc...
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O estilo é tão ridículo, que não dá para levar a sério. O que dá para levar a sério é que pode se tratar de uma caricatura (ainda que ruim) de coisas podres de comportamentos e valores que fazem parte da nossa sociedade.
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O que acho interessante é a gozação às ingenuidades e certos purismos de nossa vã moral de classe mérdia (isso, mesmo, mistura de média com merda). Há uma personagem, uma senhora, que no seu último suspiro de juventude, tenta encontrar seu príncipe encantado na internet. Cada encontro vis-à-vis é um verdadeiro desastre.
Outra senhora, mais velha, e talvez nos seus últimos dias de vida, procura, de todas as formas, burlar o controle familiar para tentar viver o que pode ser o único prazer que ainda lhe resta: comer.
Uma criança, um verdadeiro pestinha, passa todos os adultos para trás e apronta todas.
Coloca-se então em questão algumas coisas que parecem dadas:
-Nenhuma mulher informada, culta, com mais de 45, vai se iludir com encontros românticos combinados na internet;
-A gente está cuidando bem dos nossos idosos, privando-os de alimentos prazerosos, mas que fazem mal à sua saúde;
-Toda criança é por premissa boa e inocente;
-Papai noel existe e todos os índios são bárbaros.
Outra senhora, mais velha, e talvez nos seus últimos dias de vida, procura, de todas as formas, burlar o controle familiar para tentar viver o que pode ser o único prazer que ainda lhe resta: comer.
Uma criança, um verdadeiro pestinha, passa todos os adultos para trás e apronta todas.
Coloca-se então em questão algumas coisas que parecem dadas:
-Nenhuma mulher informada, culta, com mais de 45, vai se iludir com encontros românticos combinados na internet;
-A gente está cuidando bem dos nossos idosos, privando-os de alimentos prazerosos, mas que fazem mal à sua saúde;
-Toda criança é por premissa boa e inocente;
-Papai noel existe e todos os índios são bárbaros.
Assim...
CUIDADO COM A NAMBIQUARA!
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