Fim de ano sempre tem esse ar meio retrô, uma certa modorra, um punhado de expectativas para o Ano Novo. E o medo lá no fundo, dizendo: “será novo mesmo?”.

Eu, na verdade, só quero que 2005 acabe. Não gosto dessa sensação de náufrago vislumbrando a ilha, sabem como é? Estou quase no mar, estou quase pisando em terra firme, estou em lugar nenhum. Aquele breve momento em que não se é nada, nem se estar em lugar algum me agonia invariavelmente.

Tantas coisas desejadas: acertar na mega; viajar mais; trabalhar menos; estudar muito; ler até bula de remédio; escrever sem parar; publicar meus contos; se não ganhar na mega, conhecer o ganhador para que ele seja o meu mecenas; saúde da família e amigos; o filho que ainda não tive; sonhos adiados; tesão; lua-de-mel diária; casa cheia de amigos; silêncio; música; Arte; justiça social; voltar pra natação; conhecer pessoas; comer chocolate e não engordar; xampu milagroso para quando o imbecil do cabeleireiro faz aquela cagada no seu cabelo; um remédio para acabar de vez com minha tpm; um botão liga-desliga pra gente chata e pra mim também; cadeia pra corrupto; jogo limpo; conhecer Paris, Bali, Índia...; acordar tarde; dormir tarde; beijo na boca; abraço; salada mista; olhar sacana...

Cada um tem uma lista cheia de desejos para realizar, esta é só um pedacinho da primeira página da minha...

A gente se lê no ano que vem!