Há algum tempo, faço revisão e apreciação crítica de textos.
Eu também faço parte de um grupo que troca experiências, atira farpas, fura olhos e rasga seda com toda a liberdade do mundo.
Essa é a regra do jogo.
Ninguém chora, faz bico ou jura de morte.
Agora, a pior coisa do mundo é alguém das suas relações pessoais pedir com aquela cara de quarta-feira de cinzas: "você poderia fazer as correções pra mim?"
Se o texto é técnico, tudo bem. Leio, corrijo, sugiro e devolvo. Pronto.
Mas e quando o texto é literário, ou pior, suposta, pretensamente literário?
Pânico! Sorriso amarelo. Dor de barriga.
Entrei no maior rabo de foguete, nessa semana.
Estou com uma bomba nas mãos e tudo indica que ela vai explodir.
Além de todo o trabalho envolvido, terei também o desgaste de consertar (leia-se, fazer mágica) algo que já passou pelas mãos de outro revisor.
E a pior parte ainda está por acontecer. Será logo mais: definir meus honorários.
Se fosse um cliente, eu daria uma analisada no material e escolheria entre as opções:
a) Não posso fazer;
b) Estou sem tempo;
c) Estou atolada, com os prazos estourando;
d) Faço, mas vai lhe custar a bagatela de R$ 5000,00.
Mas como é alguém próximo, sou acometida pela Síndrome do Se.
"Se eu disser que não faço, ele vai ficar magoado."
"Se eu disser que vou precisar reescrever tudo, ele vai ficar magoado."
"Se eu disser que o trabalho vai lhe custar R$ 5.000,00, ele vai ficar magoado."
Penso, penso e concluo que qualquer que seja a opção, ele VAI FICAR magoado mesmo!
Então, façam suas apostas. A sorte está lançada.
2 comentários:
Valentina: você está mesmo numa "sinuca de bico". Quer uma sugestão? Já que nas três alternativas a pessoa "vai ficar magoada", escreva-as num papelzinho e peça para alguém tirar a sorte. Você poderá adiar um pouco mais a decisão ao estipular que os dois primeiros papéis retirados serão a alternativa que você "não" irá usar. Aí o que restar no terceiro papelzinho será a "marca da sua maldade". Ou frustração. Abraços do
José de Castro.
http://josedecastro.zip.net
Castro querido, já resolvi esse impasse. Fiquei com a opção: "não faço".
Tô com tanto problema pedindo urgência. Não vou abraçar outro e esse certamente me tiraria o sono porque trabalhar com texto literário é o meu maior dodói.
Os cobres não pagam tudo, não é mesmo? E olha que nunca estive tão precisada da plata! :o)
Beijo.
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