13.10.04

Sai que eu já cheguei mordendo!

Para fugir dos semáforos, há mais ou menos dois meses, tenho feito o mesmo trajeto casa - senzala.
Eu pego as vias de acesso ao Campus Universitário e sigo por ele.
Mas estou repensando... acho que vou voltar ao caos anterior. Demora mais, mas é menos perigoso.
Durante esses 60 dias, eu presenciei quase o mesmo número de acidentes e eu não estou exagerando.
Há dias que estou para escrever esse post, mas chego no trabalho e o meio de campo embola.
Hoje, contudo, depois de presenciar mais um acidente de trânsito, não pude deixar para depois.
Não sou matemática, mas tenho pensado seriamente em ir ao Departamento de Estatística pedir um estudo sobre o assunto.
Respeitada as devidas proporções, afirmo, sem medo de errar muito que dentro do campus ocorrem muito mais acidentes do que em todas as outras vias públicas de Brasília.
Na maioria dos Estados, o campus universitário é fragmentado dentro da cidade. Aqui na Corte, não. Temos um campos centralizado. Tudo está ali numa área de considerável tamanho: todos os departamentos e institutos, residência de alunos e professores, restaurantes, cafés, centro de eventos, biblioteca, livraria, etc.
Levando isso em consideração, dá para imaginar o números de pessoas que circulam diariamente e dentre essas pessoas, a quantidade enorme de pedestres.
A via principal é entrecortada, a cada 100m, por faixa de pedestres. A velocidade permitida no campus é de 60km, mas a praticada é de, no mínimo, 80Km.
É inadmissível que a população que habita o campus seja exatamente a mais irresponsável, a mais nociva.
Espera-se que pessoas que estejam cursando a universidade (graduandos e pós-graduandos) sejam bem informadas, respeitem as leis, tenham (algum) senso crítico. Afinal, não são os privilegiados que estão lá? Os que tiveram condições de fazer um segundo grau em caríssimas escolas, viajaram metade do mundo, dirigem carros possantes? Não serão alguns deles que, infelizmente, comporão a "elite intelectual" da nossa comunidade científica? Pffffff!
Aí vem um mané me falar do comportamento da periferia.
A periferia, seu merda, seu babaca, ________ (sintam-se livres para completar) mora em Brasília, nas luxuosas casas dos Lagos Norte e Sul, nos bons apartamentos das Asas Norte e Sul.
A periferia é você!!

6 comentários:

Valentina disse...

Sei amiga, sei... pedestre que não dirige é uma cousa. Vamos pular essa parte :)

l. disse...

Calma, Valentina... Não precisa dessa análise sócio-antropológica toda. É simples: passou no vestibular, ganhou carro. As batidas são inexperiência pura mesmo. Repara só como tem sempre um calouro envolvido. E pelo jeito você vive "tropeçando em ratos que saem do esgoto" né? :))) l.

Kika® disse...

Puxa vida... acabei de me mudar pro Lago Sul e agora estou sendo taxada... ai ai ai...

Valentina disse...

Vamos por partes:
1. Lúcio, eu já te falei que eu nasci sob o signo de Murphy? Xi, então senta, que lá vem bala :)
2. Bionda é uma flor, um ser evoluído, Rubya :)
Kika, se você mora em Brasília e leu o post, então entende do que falo. Não tem absolutamente nada a ver com rótulos, tem a ver com exercício da cidadania.

Anônimo disse...

E essa loucura na UnB não é de hoje. Há bem uns 25 anos perdi dois colegas, em acidentes diferentes, na mesma semana. Foi triste que só.

Solange
(http://feitoamao.typepad.com/feitoamao)

Valentina disse...

Põe triste nisso, Solange. Quando não perdemos as pessoas que amamos, ficamos com marcas profundas... outro dia falo sobre isso. Abraço.

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