Ultimamente, tenho me sentido uma velha chata, ranzinza, cri-cri.
Mas me digam, existe algo mais imbecil e enervante no mundo do que os tais Serviços de Atendimento ao Cliente?
Não sei quem teve a infeliz idéia de importar esse modelo de atendimento, mas certamente, a criatura tem parte com o demo.
E eu tenho um grave vício: a-do-ro comprar briga com os atendentes, porque eu desculpo tudo, menos burrice.
Mas me digam, existe algo mais imbecil e enervante no mundo do que os tais Serviços de Atendimento ao Cliente?
Não sei quem teve a infeliz idéia de importar esse modelo de atendimento, mas certamente, a criatura tem parte com o demo.
E eu tenho um grave vício: a-do-ro comprar briga com os atendentes, porque eu desculpo tudo, menos burrice.
As Possuídas
I
Trecho1: Diálogos pra lá de impertinentes
Atendem do outro lado.
Não ainda não é a maquininha infernal, é uma daquelas músicas deliciosas. Perfeitas para tema de assassinato.
Cinco minutos depois, começa o seriado: Isso vai dá merda.
- Se for cliente, tecle 1; se ainda não for cliente, tecle 2; quiser fazer uma reclamação, tecle 3; para informar pagamento da fatura, tecle 4; para informar defeito na linha, tecle 5...
(Eu, em pensamento e com a paciência na lua: se for pra ir pra casa do chapéu, digite 7; para enfiar o dedo no olho, digita 8...)
Eu teclo 1.
- Digite o CPF.
Eu digito.
- Agora seu telefone com o DDD.
Eu obedeço.
Começa tudo de novo e lá pelas tantas, a infame voz diz: para falar com de nossos atendentes, digite 9.
- Leila Aline, em que posso ser útil?
Penso, mas ainda não ouso falar.
- Eu só queria mudar a data do vencimento da minha conta telefônica.
- Pois, não. Com quem estou falando?
- Valentina.
- Pois não, a senhora poderia estar me informando o número do seu CPF?
- Não.
- Como? Não entendi?
- Não, vou informar o número do meu CPF. Eu já digitei essa informação há 15 minutos atrás, em alguma parte da ligação.
- Entendo, senhora, mas sem o seu CPF, não posso estar lhe ajudando.
- Entende? Ótimo porque EU não entendo. Pra que serve esse serviço e toda a informatização?
- Senhora...
- Esquece, prefiro pagar juros.
Trecho 2: Sábado, 8:30h, depois de um puta balaco, o telefone toca.
- Bom dia. Sra. Valentina, por favor?
- Sou eu.
- Arlindo Orlando do Banco Itaú. Gostaria de saber se a senhora já efetuou o pagamento da parcela do seu veículo?
- Já.
- E quando foi?
- Deve ter uns 10 dias.
- Seu CPF?
Puta da vida, eu digo.
- Localizei o pagamento. Obrigada e desculpe o incômodo.
- Não desculpo, não. Hoje é sábado e você me acorda cedo para verificar um pagamento que já foi feito? Antes de ligar, da próxima vez, verifique primeiro e só depois incomode ou vou ligar para a ouvidoria do banco!
Trecho 3: O diálogo que não ocorreu, mas que está arquivado para uma próxima vez que certamente vai ocorrer.
- Bom dia. Sra. Valentina, por favor?
- Sou eu.
- Arlindo Orlando do Banco Itaú.
- Arlindo Orlando do Banco Itaú? Por favor, vá tomar no ..
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