Dos pequenos prazeres
Esqueci de comentar com vocês que fui ao cinema e assisti ao ótimo Inconscientes.
É uma produção espanhola, comédia inteligentíssima, bem escrita, interessante, nos prende do começo ao fim. Há tempos não dou um tiro tão certo.
Ontem fui ver o espetáculo Nó, da companhia de dança Débora Colker. Esse é outro pequeno prazer que me liberta: a dança - o corpo expressando todas as suas possibilidades.
Foi uma apresentação bem interessante. Colker criou movimentos em situações fechadas e limitadoras.
O primeiro ato desenvolve-se com a presença de cordas. Tudo muito enérgico e intenso, e a música barulhenta causando certa irritação. O bailado remetia às práticas sado-masoquistas, algo como libertar-se para novamente sentir-se preso ou deixar-se prender para novamente sentir-se livre. O certo é que o prazer da dança nascia dessa tensão.
O segundo ato, bem mais suave, com músicas incidentais muito melodiosas como Mona Lisa, The very thought of you, Angel eyes e eu preciso aprender a ser só, se não me engano, na voz da Maísa.
Essa coreografia se passa dentro e fora de uma caixa de acrílico e os movimentos estão novamente restritos. Embora a música de Marcos e Paulo Sérgio Valle não seja estridente ou ruidosa, ela é possuidora de uma letra sufocante que conta a dificuldade de uma pessoa se desenlaçar da outra (olha o nó aí outra vez!), onde a ausência de um é a quase morte do outro. A letra estabelece uma relação de co-dependência o que é muito presente nas relações sado-masoquistas.
Débora Colker não é minha preferida, no entanto, eu gostei muito do tema coreografado e da forma como ela o abordou. Se tiverem oportunidade, vale a pena conferir.
Por fim, o encontro inadiável.
Eu sempre digo que existe um tempo certo para se ler um livro. Se a gente força a barra, a leitura fica comprometida e a gente não suga tudo que precisa.
Há tempos que eu estabeleço uma troca de olhares com o filme As invasões bárbaras. Todas as vezes que entro na locadora, ele está lá com olhos enormes e súplices, dizendo: me leva.
Amigos já haviam me indicado e eu relutava. Não porque acreditava em se tratar de um filme ruim, mas porque simplesmente não era a hora.
No entanto, sábado, eu não resisti. Peguei o filme. E assim como penso em relação aos livros, aconteceu com este filme. Agora era a nossa hora. As coisas não acontecem por acaso, e por acaso, eu não acredito em acasos.
Esqueci de comentar com vocês que fui ao cinema e assisti ao ótimo Inconscientes.
É uma produção espanhola, comédia inteligentíssima, bem escrita, interessante, nos prende do começo ao fim. Há tempos não dou um tiro tão certo.
Ontem fui ver o espetáculo Nó, da companhia de dança Débora Colker. Esse é outro pequeno prazer que me liberta: a dança - o corpo expressando todas as suas possibilidades.
Foi uma apresentação bem interessante. Colker criou movimentos em situações fechadas e limitadoras.
O primeiro ato desenvolve-se com a presença de cordas. Tudo muito enérgico e intenso, e a música barulhenta causando certa irritação. O bailado remetia às práticas sado-masoquistas, algo como libertar-se para novamente sentir-se preso ou deixar-se prender para novamente sentir-se livre. O certo é que o prazer da dança nascia dessa tensão.
O segundo ato, bem mais suave, com músicas incidentais muito melodiosas como Mona Lisa, The very thought of you, Angel eyes e eu preciso aprender a ser só, se não me engano, na voz da Maísa.
Essa coreografia se passa dentro e fora de uma caixa de acrílico e os movimentos estão novamente restritos. Embora a música de Marcos e Paulo Sérgio Valle não seja estridente ou ruidosa, ela é possuidora de uma letra sufocante que conta a dificuldade de uma pessoa se desenlaçar da outra (olha o nó aí outra vez!), onde a ausência de um é a quase morte do outro. A letra estabelece uma relação de co-dependência o que é muito presente nas relações sado-masoquistas.
Débora Colker não é minha preferida, no entanto, eu gostei muito do tema coreografado e da forma como ela o abordou. Se tiverem oportunidade, vale a pena conferir.
Por fim, o encontro inadiável.
Eu sempre digo que existe um tempo certo para se ler um livro. Se a gente força a barra, a leitura fica comprometida e a gente não suga tudo que precisa.
Há tempos que eu estabeleço uma troca de olhares com o filme As invasões bárbaras. Todas as vezes que entro na locadora, ele está lá com olhos enormes e súplices, dizendo: me leva.
Amigos já haviam me indicado e eu relutava. Não porque acreditava em se tratar de um filme ruim, mas porque simplesmente não era a hora.
No entanto, sábado, eu não resisti. Peguei o filme. E assim como penso em relação aos livros, aconteceu com este filme. Agora era a nossa hora. As coisas não acontecem por acaso, e por acaso, eu não acredito em acasos.
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